Francisco Balkanyi é o personagem central deste drama vivido durante a Segunda Grande Guerra. Nascido no Uruguai, detalhe que me chamou a atenção, Balkanyi resolve contar a sua história para que não se perca. Levá-la para o túmulo? Ele mesmo diz a obviedade da vida: não viverá para sempre. Para que não a carregue somente com ele, deixa-nos assim, esse legado.
Por que Francisco Balkanyi, nascido em terras sul-americanas, foi parar em Auschwitz? Bem, a partir desta indagação, comecei a ler sem esperar muito do livro. Sem esperar muita novidade, de fato, em relação às minhas outras leituras sobre sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. Mas o livro me envolveu. É surpreendente como a vida pode nos levar por caminhos tão diversos, e chegar a parecer mesmo, mirabolantes. Toda a narrativa nos prende, a ponto de nos fazer acreditar que já estava escrita nas linhas do destino. É a história da família de Francisco que nos deixa surpresos ao vermos como os acontecimentos podem se suceder da maneira como foi. Realmente, chego a crer que são vidas entrelaçadas, não pelo acaso.
O livro é bem escrito, de fácil leitura, e os capítulos discorrem por nossas vistas, enquanto nos envolvemos com a história. No auge dos acontecimentos, você não consegue parar de ler, pois a vontade, a cada capítulo que se encerra, é de querer saber as consequências de cada ato. O livro não esfria. Ele é bom e faz com que nos interessemos cada vez mais.
Francisco Balkanyi sobreviveu, como diz o título, ao mais horrendo campo de extermínio de judeus. É uma história que traz comoção, mas nos reserva boas surpresas, apesar da tragédia do Holocausto. São essas as minhas impressões a respeito dele.
PALUMBO, Maura. Auschwitz: prisioneiro (sobrevivente) 186650: romance baseado na história de Francisco Balkanyi. São Paulo (SP): Duna Dueto, 2017.